terça-feira, 26 de outubro de 2010

O BRASIL PÓS-LULA: AINDA HÁ MUITO A SER RESOLVIDO

Em que pese o bom desempenho econômico e social do governo Lula, avalizado pela taxa de aprovação popular que supera 80% nos quesitos ótimo ou bom em relação a seu governo, inequivocamente a Era Lula (2003-2010) ainda deixa muito por fazer num país em constante construção.

Exemplos a título meramente ilustrativo: a participação do País no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, ao final de 2002, com o término do governo FHC, era de 2,81%; ao final de 2009, um ano antes de terminar o governo Lula, essa participação foi de 2,79%. A taxa média de crescimento real do PIB do governo tucano foi de 2,3%, enquanto no petista até 2009, foi de 3,6%. Hoje, 15 anos depois da chegada de FHC ao poder, a economia está pujante, mas não poderosa e o país está muito distante de ser considerado socialmente justo. Os instrumentos de mobilidade e ascensão social ainda são capengas. Nesse caso específico, o sistema educacional, elemento fundamental de ascensão, tem se mostrado ao longo desse período incapaz de promover mudanças. A taxa média de tempo de estudo por aqui não passa os 4,6 anos. Não por acaso, das 150 melhores universidades do mundo, nenhuma brasileira está entre essas. Isso somente permite aprofundar o fosso da desigualdade social. Essa estúpida marca social tem sido ajudada pela não menos estúpida carga tributária que coloca nos ombros de todos os brasileiros, em especial dos mais pobres, uma pedra de 36 quilos.

Metaforicamente, é esse o tamanho da carga tributária brasileira. Na esteira desse comentário, cálculos do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontam que os mais ricos disponibilizam 106 dias de trabalho por ano para o pagamento de impostos, enquanto os mais pobres dedicam 197 dias para quitar impostos. Para ser socialmente mais justa, a tributação tem que ser progressiva e, não como hoje, regressiva, isto é, quem tem mais paga relativamente menos, quem tem menos paga mais. Os impostos mais expressivos em arrecadação no país, IPI, ICMS, indiretos, contribuem para isto, ao tratar os desiguais, igualmente.

No Brasil de hoje, ainda morrem, anualmente, 41 crianças menores de 1 ano de idade a cada 1000. No México, apenas para servir de base comparativa, essa taxa é de 18 por 1000, ao passo que em Cingapura essa taxa cai para 2,3.

A economia brasileira, em que pese os avanços dos governos FHC e Lula nessa área sombria e tempestuosa, ainda continua controlando a taxa de inflação com alta taxa de juros, o que é sabiamente notório ser contraproducente. Isso nada mais é que um muro elevado que se ergue na frente dos investimentos impedindo-os de seguirem seu curso normal. É fraca também a participação do país em relação aos registros de patente (inovações).

Ainda na seara do assistencialismo social, continua-se a mensurar desenvolvimento pela quantidade de dinheiro dado às famílias por meio do “Bolsa Família”. Passou da hora, em nosso entendimento, de dar um passo efetivo a frente, e trocar esse programa de assistência por um programa de geração de empregos. Dignidade tem nome e sobrenome: chama-se emprego e salário dignos; ocupação e poder de compra compatíveis com as necessidades peculiares de cada um. O que significa também encarar sem subterfúgios, a necessidade, premente, de uma reforma agrária.

Desafios esses que se mostram mais presentes pela situação que se avizinha de grande estresse nas contas do país, fruto da valorização do real e da política que se perpetua de juros reais na estratosfera, que, se tem resultados positivos imediatos no combate à inflação, por outro lado, solapa diuturnamente a estrutura econômica do país. A valorização do real extremamente danosa é erva daninha que solapa os alicerces da estrutura econômica, e que mais cedo ou mais tarde cobrará seu preço. Erro este que Lula, embora com algum atenuante, copiou de FHC.

Questão adicional que o processo eleitoral carimbou, felizmente, na agenda do país é o desenvolvimento ambientalmente sustentável. Em pleno século XXI, o país tem obrigação e as condições plenas para contribuir, com compromissos firmes e claros pelo equilíbrio do crescimento com a preservação da natureza, garantia de continuidade da vida na terra.

POR:
Antonio Carlos Roxo é economista brasileiro, com doutorado pela USP. Professor do UNIFIEO e coordenador do curso de Comércio Exterior da mesma instituição. Fundador e membro do GECEU – Grupo de Comércio Exterior do UNIFIEO. e

Marcus Eduardo de Oliveira é economista brasileiro e professor de economia da FAC-FITO e do UNIFIEO. Mestre pela USP e membro do GECEU – Grupo de Estudos de Comércio Exterior (UNIFIEO).
e-mail - prof.marcuseduardo@bol.com.br

quinta-feira, 1 de julho de 2010

EXPOSTOS PELA CRISE

Os brasileiros têm uma experiência grande em crises financeiras e econômicas que culminaram em “grandes estratégias e milagres” com planos mirabolantes em alguns casos; Plano Cruzado 1986, Plano Bresser 1987, Plano Verão 1988, Plano Collor I e II em 1990, Plano Real em 1994 e crise cambial em 1999. Este breve histórico se refere aos nossos problemas sem contar as crises econômicas que passamos por conta de outras nações.

Mas o que podemos aprender com estas crises e que nos leva a pensar em nossas empresas e finanças pessoais?

Os problemas partem de decisões equivocadas, tomadas com base em alguns parâmetros e princípios formados pelo meio em que vivemos, e assim os problemas vão se instalando sem que tenhamos condições de perceber sua chegada e tão pouco enxergar o seu crescimento.

Temos a tendência a minimizar nossos problemas e o que está por vir, dias difíceis nós iremos enfrentar, em nossos negócios, saúde, finanças pessoais ou em nossa família. O que fará a diferença é quando iremos perceber os problemas e como iremos tratá-los, pois qualquer empresa ou pessoas pode enfrentar qualquer problema se estiver preparada, para isto não podemos “dourar a pílula”.

Quando sabemos exatamente o que iremos enfrentar, podemos planejar as ações que tomaremos a frente, convocaremos nosso exército para a batalha. Aí tem outro ponto importante a aprender, não podemos ir para a batalha sozinho, devemos estar acompanhado dos melhores soldados, participar objetivos, as estratégias, permitir que alguns soldados falem e escutar.

Outro aprendizado é não deixar que o orgulho ou teimosia nos prenda em negócios, mercado a que não pertençamos, produto que não é rentável ou investimentos de nenhuma ou baixa rentabilidade. Há negócios que nos custa além de dinheiro, nosso tempo e esforço e que poderiam ter sido alocados em negócios de melhor resultado.
Buque o que é realmente importante e corte suas perdas em negócios ou produtos que não estão sendo vantajosos para sua empresa ou você. Não estou dizendo que devemos desistir ou abandonar tudo ao primeiro sinal de dificuldade ou resultados ruins.

Analisar criteriosamente todas as situações em que há perdas e se assegurar que suas atitudes são as que melhor podem ser tomadas nas circunstâncias são de fundamental importância, cabe então outro alerta, pois quando estamos enfrentando uma crise, temos a dificuldade de enxergar todos os pontos necessários.

Como vivenciamos na história econômica de nosso país e estamos vendo os fatos na Europa, não há milagre ou planos mirabolantes, mas há sim, planejamento, estratégia e ações corretivas a serem tomadas. Busque ajuda de um consultor externo, escute sua opinião e tome suas decisões

A crise nos expõe, porém nós nos colocamos nas crises.

A CARGA TRIBUTÁRIA SOBRE AS FAMÍLIAS

Sondagem encomendada pela Fiesp (Federação das Indústrias - SP) ao Instituto Ipsos evidenciou que os brasileiros não têm o mínimo conhecimento sobre o quanto pagam em impostos. O estudo revela que os tributos invisíveis, aqueles que não vêm informados nas embalagens dos produtos, representam cerca de 40% da carga tributária brasileira. Na esteira, alguns exemplos de produtos da cesta básica do consumidor chamam a atenção para o alto grau de impostos embutidos nos mesmos, lembrando que são impostos que, muitas vezes, já incidiram sobre a indústria e as empresas.

Ao todo, foram entrevistadas mil pessoas, durante o mês de março de 2010 em 70 cidades brasileiras.



Não fossem os números falarem por si e nosso choque, enquanto consumidores e empresários, talvez, fosse menor. Reparem que, os dados do estudo nos dizem que ao comprarmos uma máquina de lavar roupa, 55% do preço será dado por impostos. Ao comprarmos um pãozinho francês ou 1 litro de leite, diga-se de passagem, dois produtos essenciais da cesta básica, respectivamente 18% e 20% serão impostos!

No desdobramento do estudo, o jornal OESP em 09 de maio de 2010, tendo como fonte a Receita Federal, divulgou a carga tributária sobre as famílias em percentual do salário mínimo, como se segue:



Pelo quadro acima, nota-se uma concentração da renda no Brasil já na taxação dos seus cidadãos. Não há dúvidas das dificuldades em se promover os princípios de Neutralidade e Equidade quando se trata da implementação de um imposto. No entanto, também não há dúvidas que, baseados nos números acima, parece, no mínimo, absurdo, aceitar que um pai de família que ganhe até 5 salários mínimos, recolha ao redor de 42,5% em impostos sobre sua renda!

Ainda na leitura do mesmo jornal em parceria com a Fiesp, há a divulgação da composição dos tributos em 2009, por base de incidência na carga tributária:
Observa-se nos dados uma alta taxação sobre o consumo, a qual, certamente, não afeta apenas os consumidores. Afeta a venda dos empresários... afeta o nível de produção brasileiro pela iniciativa privada. Afeta a presença do empresário na economia.

Caro leitor, na semana passada, em artigo entitulado “E os juros voltaram a 2 dígitos”, falamos sobre a dificuldade em ser empresário numa nação como a brasileira. Agora introduzimos o mundo dos impostos.



Um fato analítico chama nossa atenção a partir daqui: por que o governo brasileiro, em todas as suas esferas, tributa tanto? E, assim como no artigo sobre política monetária, respondemos: porque o governo gasta demais e gasta mal! E lembramos outro número: para sustentar uma dívida pública ao redor de R$ 1.500.000.000.000,00, o governo precisa gerar poupança mês a mês. Isto é, ele precisa de saldo positivo em suas contas públicas mensais. Agora, se o governo gasta demais, como tornar o saldo positivo? Simples: aumentando receitas. E como se aumentam receitas? Através de um único e possível canal de política fiscal: tributação da nação.

Desta forma, o governo gasta, tributa, gasta mais, tributa mais. E, pior... Cadê os investimentos? Não há como investir quando o caixa positivo de cada mês é utilizado para abatimento de dívida pública. Isto é, muitas vezes há abatimento de juros, sem sequer atingir-se o principal da dívida. E esta dívida? Vai de vento em popa... E fica aqui nossa deixa para o artigo da próxima semana.

Por: Sandra Regina Petroncare

quinta-feira, 10 de junho de 2010

OS JUROS VOLTARAM A DOIS DÍGITOS

Sandra Regina Petroncare (*)

Em junho de 2009, pela primeira vez desde a adoção do Regime de Metas para Inflação, a taxa básica de juros da economia brasileira, taxa Selic, atingiu um dígito, situando-se em 9,25%a.a. Na continuidade do ciclo expansionista, o Banco Central manteve a Selic em 8,75%a.a. durante 9 meses, cedendo maior liquidez ao mercado financeiro nacional na esteira da crise internacional do crédito das hipotecas norte-americanas.

Como acontece com os ciclos de baixa de juros, este movimento é lento em chegar à pessoa física e pessoa jurídica através do crédito bancário, empréstimos, financiamentos, leasing, etc.

Vivemos agora uma nova rodada de alta dos juros, os quais, na última reunião do Copom-Bacen foram fixados em 10,25%a.a. Não há dúvida que a nova rodada de alta será incorporada pelo sistema financeiro – e já está sendo – já nos próximos dias. Este é um fato que o Brasil tem presenciado a cada ciclo contracionista da taxa de juros. O resultado? Sabemos: maior inadimplência do consumidor e empresas, aumento do custo do capital, paralisação de investimentos em vários ramos do setor produtivo empresarial, desemprego... Tudo devido a um fator muito simples: menor renda disponível das PF e PJ, dado o encarecimento do capital.

No entanto, se não vale a crítica ao Banco Central, ela é extremamente válida à condução da política fiscal, de responsabilidade do setor público. Vamos abrir o raciocínio. O Bacen cumpre com maestria, desde o governo FHC seu objetivo enquanto Autoridade Monetária em conter a inflação ou recrudescimento de processos inflacionários. Este é seu mandato outorgado pela sociedade, num regime de metas para inflação que preza pela transparência. Pelo lado fiscal, contudo, vemos um governo desgovernado em gastar. Aumento dos gastos discricionariamente, assistencialismo sem as programações necessárias e um discurso voltado ao crescimento da nação.

Por um lado, a atual política monetária contracionista (de aumento de juros) enxuga, hoje, a gastança do governo na política fiscal expansionista (de aumento de gastos). O que fazer? Não é tão simples quanto parece à primeira vista. Não basta o governo parar de gastar. Afinal, a injeção de renda pública na economia gera empregos e renda e qual nação não quer ambos os itens? O que falta ao Brasil é um planejamento de crescimento sustentado, sem inflação.

O país precisa oferecer condições ao empresariado, na iniciativa privada, de ser apenas “empresariado”. Isto é, observamos um ciclo vicioso, que a nação não consegue romper desde que o Plano Real fez uso de altas taxas de juros, dentre outros importantes fatores, para conter inflação.

Vejamos o que acontece do ponto de vista da nossa análise do ente público: o governo gasta demais e gasta mal (frase recorrente nos últimos noticiários!). Mesmo assim, tem conseguido poupar mensalmente. E onde está o problema? Que tal lembrarmos de uma dívida pública, quase totalmente interna, na casa, atualmente de R$ 1.500.000.000.000,00. A idéia de colocar o número por extenso é chamar a atenção do leitor para uma dívida pública federal de um trilhão e quinhentos bilhões de reais! E crescente! Afinal o Bacen subiu juros e esta dívida está nas mãos dos bancos...

É neste contexto que o governo, necessitando de financiamento mensalmente, recorre aos bancos. É neste contexto que os bancos socorrem o governo, cobrando caro por isto, afinal, é crédito para um ente quebrado. É risco! É neste contexto que brota uma das maiores raízes do spread bancário brasileiro, ou seja, temos um juros básico de 10,25%a.a. e juros mensais na PF e PJ entre 5,00% e 12,00% ao mês!!, dependendo do produto: cartão de crédito, cheque especial, empréstimos... num total oportunismo bancário.

É também neste contexto que o empresariado se vê diante de 2 alternativas nada simples: investir mais na ampliação da capacidade produtiva brasileira, correndo o risco de ter seu projeto abortado por juros altos num histórico típico de Brasil. Ou migrar para o mercado financeiro, investindo com profissionais com grande expertise, e ver multiplicar – não sem dificuldades – seu capital.

E aí está nosso ciclo vicioso: o empresariado não tem incentivos para investir na produção – e ainda nem falamos sobre impostos... Sem aumento da capacidade produtiva, a cada pequeno ciclo de crescimento do Produto Interno, o mesmo empresariado repassa preços. Com o repasse de preços, a inflação volta a ameaçar a economia. E o Bacen? O Bacen sobe juros. E o governo? Gasta e gasta mais... E a dívida pública? Vai de vento em popa. E os bancos comerciais? Cobram mais juros para financiar o governo e, por extensão, as PF e PJ. E nós, cidadãos? Temos a ilusão de um ciclo de crescimento de emprego e renda (e há um ciclo deste no momento) e já sabemos que temos que aproveitar instantaneamente, porque os juros irão subir. Simplesmente porque o crescimento do Brasil não é sustentável em 10%a.a. conforme a última divulgação do PIB, referente ao primeiro trimestre de 2010.

Bem, caro leitor, deste texto inicial, ainda puxaremos vários pequenos temas para discutirmos nas próximas semanas, especialmente, com foco em política monetária e política fiscal e para pensarmos juntos “em qual patamar os juros chegarão desta vez...”.

Sandra Regina Petroncare: CFP, Economista pela FEA USP, com Mestrado em Economia pela PUC-SP. Certificada pelo CPA-20 Anbima e pelo CFP, Certified Financial Planner do IBCPF. Atuou por 12 anos em departamentos de pesquisa econômica, prestando suporte em análise às Mesas de Operações. Também atuou junto ao ex-Ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros na avaliação de mercados para a Quest Investimentos. Professora universitária acadêmica. Também professora de Treinamento em Finanças. Atualmente professora do Centro Universitário FIEO, Escola Superior Nacional de Seguros, coordenadora do MBA em Finanças da Oswaldo Cruz e professora convidada da Fundação Vanzolini, Poli-USP.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

NÃO TROPEÇAMOS EM MONTANHAS

Não tropeçamos em montanhas, mas sim em pequenas pedras que estão em nosso caminho e este artigo tem a pretensão de estabelecer um paralelo com nossas finanças pessoais e também em nossas empresas.

Temos uma capacidade muito grande para identificarmos os grandes problemas, quanto maior ele for mais fácil ele é, pois estão visíveis aos nossos olhos, alguns podemos identificar de longe e evitá-los torna-se um objetivo claro e assim tomamos caminhos diferentes. Se identificarmos um grande problema instalado em nossas finanças, da empresa ou pessoal, colocamos todo nosso esforço para uma solução rápida mesmo que esta solução seja amarga, pois o problema deve ser solucionado, o vazamento de recursos deve ser estancado de imediato.

Como curiosidade que li na internet sobre a formação das montanhas diz que elas surgem através de movimentos de placas tectônicas que criam os terremotos, vulcões e movimenta as montanhas, fazendo estas crescerem ao longo de milhares de anos.

Esta informação me chamou atenção, pois fiz um paralelo com os grandes problemas, pois eles não começam grandes, mas surgem de pequenos problemas que não demos nenhuma ou pouca atenção.

Neste mais de 20 anos de assessoria financeira empresarial e pessoal, percebo que muitas empresas de pequeno e médio porte não têm um plano de ação, fluxo de caixa e análise de receitas e despesas. Se você não sabe de onde vêm e para onde vão seus recursos é muito complicado acompanhar o seu desempenho, medir seu progresso e planejar investimentos ou gastos.

Uma avaliação das despesas e receitas dará a oportunidade de identificar pequenos gastos desnecessários, não autorizados ou incompatíveis com os recursos disponíveis, clientes deficitários ou inadimplentes ou receitas possíveis, porém não trabalhada.
Estas pequenas perdas são vazões que acontecem na maioria das empresas e em nossas finanças pessoais, que se não são bem tratadas podem se tornar problemas maiores e generalizados, e de difícil solução.

Um planejamento dos recursos e gastos em que você busque com determinação o seu acompanhamento, será possível saber para onde ir, ter alvos e assim canalizar suas energias, identificar as circunstâncias antecipadamente e reagir a elas.

Um planejamento fará com que você assuma o controle sobre suas finanças e atividades, tornando-se pró-ativo e não reativo.

Tentar resolver os pequenos e grandes problemas financeiros da sua empresa ou pessoais da maneira mais rápida e sozinho poderá ser uma maneira rápida de frustrar a si mesmo e todos os que estão à sua volta, família ou funcionários. Busque ajuda de um profissional qualificado.
Contato: info@corporatebr.com.br

terça-feira, 27 de abril de 2010

CRÉDITO x POUPAR

Conseguir um empréstimo ou financiamento está cada vez mais fácil. As instituições financeiras e as lojas de varejo estão oferecendo crédito para aquisição dos móveis até a compra da própria casa.

A quantidade de ofertas para aquisição de bens duráveis é gigante, basta vermos as revistas de grande circulação e poderemos verificar que a maior parte é de propaganda de eletrônicos e lançamentos de imóveis.

Mas o consumidor pode perguntar o que tem em comum nestes dois tipos de produtos e qual a relação com as linhas de crédito?

Há uma igualdade enorme, pois as lojas e instituições financeiras conhecem o poder de consumo médio das pessoas e monitoram o desejo de consumir, passando então a oferecer formas de pagamentos para os objetos de desejo, do tamanho que se encaixem no bolso do consumidor.

Vamos buscar na memória as últimas aquisições que realizamos, compra do carro, geladeira, celular roupa, presente do dias das crianças, dos namorados ou da casa própria, certamente a grande maioria das pessoas fez esta compra adequando o valor da prestação ao salário.

Os consumidores mais atentos podem estar falando que é óbvio adequar a prestação da casa e do carro ao salário, pois os valores são altos e guardar todo o dinheiro é muito mais difícil ou quase impossível.

Diria que parte é verdade, mas quando falamos de compras de aparelhos de celular, roupas, ferro de passar e tantos outros produtos que os consumidores têm as mesmas práticas.

Quem não se lembra da propaganda "quer pagar quanto", talvez isto explique o grande sucesso dos canais de vendas pela televisão.

Nas propagandas de venda de carro, dá-se a impressão de estar comprando uma casa, pois os prazos são bastante similares 72 e até 84 vezes sem entrada.

O perigo deste crédito facilitado é que nos dá a sensação no curto prazo de satisfação da conquista no médio e longo prazo temos todas as outras contas para pagar e o que compramos já passou da hora de ser trocado.

O consumidor em geral sempre terá que colocar o valor da prestação em seu orçamento, mas também deve fazer conta da diferença de valores entre as parcelas e os diferentes prazos, daí poderão chegar à conclusão que a diferença do valor das parcelas não é tão grande em prazos maiores, portanto sendo melhor ter prazos menores.

Uma alternativa muito mais econômica é poupar e certamente é a chave-mestra do sucesso financeiro. Sabemos como é importante termos algum recurso para os tempos difíceis e melhor ainda para poupar e investir. Gastar menos do que se ganha nos trás oportunidades e segurança para realizarmos nossos projetos pessoais.
Gastarmos antes, através do crédito amplamente oferecido nas lojas ao invés de pouparmos para depois gastar é um grande desafio, pois não estamos habituados ou até mesmo não sabemos.
Para mudar esse hábito é preciso começar a entender a diferença entre poupar, economizar e investir.
Economizar é gastarmos menos do que ganhamos e fazemos isso, normalmente, para manter nossas contas em ordem ou para os tempos difíceis.
Poupar é para realizarmos projetos, uma viagem, a casa própria, o carro entre tantos outros.
Investimento é para ganharmos dinheiro e aumentarmos nossas riquezas e que no futuro servirão para realizar outros sonhos ou um futuro mais tranqüilo.
Se você não se sente seguro para tomar estas decisões, pergunte a quem você conhece que tem estas habilidades, pois onde não há conselhos fracassam os projetos.

Escute e tire suas conclusões, pois também é ser sábio não dar ouvido a todas as palavras, desconfie de grandes resultados de investimentos feitos, ganho do passado não representa necessariamente ganhos no futuro.

Vale à pena fazer conta e se preparar para as aquisições futuras.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pergunta de meu filho de 10 anos: é melhor ser dono ou funcionário?

Meu filho de 10 anos me questionou a alguns dias sobre o que era melhor, ser dono ou empregado e também quis saber “como ele poderia comprar ações”. Fiquei surpreso em saber que em sua escola estão dando aulas de empreendedorismo e que foi comentado com eles o que era uma ação.
Minha experiência de ensinamento de gestão financeira com meu filho começou aos 5 anos, quando percebi que ele não tinha nenhuma noção sobre como era difícil ganhar o pão nosso de cada dia.
Comecei a dar uma semanada de R$ 5,00 para que comprasse os carrinhos que todos os dias ele me pedia para comprar, o jornal de futebol que todas as vezes que íamos a uma banca ou livraria ele me pedia as balas, bolachas e tudo o mais que me pedia todos os dias. Ele pelo que descrevo é provavelmente igual a muitas das crianças que conhecemos.
Com isto pude mostrar para ele que temos recebimentos em tempos certos e que não se ode gastar tudo o que se ganha, mesmo sendo muito pouco.
Voltando a pergunta inicial, expliquei das vantagens e desvantagens de ser um empreendedor e um funcionário, sei que tenho muita inclinação para estimular o empreendedorismo, pois foi o que tive de ensinamento de meus pais, assumir riscos é algo necessário e devemos ensinar desde cedo.
Entendi que neste momento era importante fazer algo que recomendo em projetos de sucessão familiar e deveria testar dentro de casa, contar para meu filho qual foi a origem de nossa família, como foi a trajetória financeira de seu tataravô, bisavô, avô e pai e como financeiramente tivemos nossos erros e acertos. Foi um tempo muito bom, pois pedi para meu pai contar estas histórias, foi um tempo muito agradável e meu filho ficou muito entusiasmado.
Bem, hoje em dia meu filho não só administra muito bem sua semanada de R$ 10,00, como guarda dinheiro para compra jogos e fazemos isto junto, como resultado ele já adquiriu um PSP, algumas fitas de vídeo game e tem alguns bons reais que em de tempos em tempos eu fico de olho nas moedas, pois sei que tem um bom dinheiro neste cofrinho.
Este não é um entendimento rápido, portanto devemos iniciar o quanto antes.

CRISES PÓS CRISE

A crise com inicio no final de 2008 e que perdurou por todo o ano de 2009, como não poderia deixar de ser, traz novos desafios e deixa um longo caminho para as empresas percorrerem em busca de uma recolocação no mercado ou mesmo sua manutenção nele. Esta afamada crise, financeira em sua essência, veio de fora para dentro das empresas e agora surge a ação inversa, as empresas ainda tomadas pelo agitado e inseguro ânimo do mercado, geram crises internas que tendem a desestabilizar o próprio mercado.
As organizações que sobreviveram, com certeza têm compartilhado da mesma opinião, a de que a crise serviu como um “divisor de águas”, caracterizada claramente pelas grandes modificações estruturais que com certeza sofreram.
Toda a pressão em busca da sobrevivência, na época, gerou diversas ações, contingências obviamente não planejadas, que causaram grande impacto nas organizações. No calor dos acontecimentos, houve perda de equipamentos ou falta de atualização dos mesmos, má distribuição de trabalho, demissão de funcionários e este conjunto de fatores trouxe a diversas empresas a perda de processos, ou seja, houve sacrifício do padrão adotado pelas empresas, padrões estes que conservam suas características, mantêm suas identidades e seus níveis de qualidade.
As poucas organizações bem estruturadas antes da crise que conseguiram dar continuidade à sua rotina durante e pós crise, seguindo com o padrão já estabelecido, apresentam isto, agora, como um diferencial, sim um diferencial de qualidade, pois uma organização estruturada, com um sistema adequado que investe em capital humano e no bom andamento de seus processos está com os alicerces firmes, não só para almejar mas principalmente para viabilizar grau de excelência em qualidade.
No entanto, só o fato de as empresas terem sobrevivido a uma crise tão aguda não é garantia de longa vida no mercado. Muitas vezes, as medidas tomadas “no sufoco” para a sobrevivência deixaram graves seqüelas, que neste momento cobram seu preço. Por isso, tantas têm encontrado grandes dificuldades que desembocam em graves conseqüências financeiras, cuja raiz inicial está nas ações de enfrentamento da crise. Sobrevivem com ações desesperadas de recuperação, de maneira que suas estruturas sofrem freqüentes mudanças e sem a estabilidade necessária, não reagem adequadamente aos estímulos e ações efetivadas.
As empresas e empreendedores que pretendem traçar um caminho de grandes conquistas deixando sua marca no mundo coorporativo, como grandes organizações, não podem subestimar o básico, os alicerces. Antes de partirem para grandes aquisições e ou mudanças muito bruscas, não podem perder de vista os processos organizacionais que devem ser pautados pelas características individuais de cada organização. A sua continuidade é condição fundamental que pode ser garantida com a permanência de funcionários chaves, ou por sistemas que independente das alterações sofridas internamente terão que ter a responsabilidade e a capacidade de manter a identidade, o seu centro motor, que pode ser a segurança de enfrentamento de crises sem deixar bombas relógio de novas crises a estourarem mais à frente.

Por: Kely Cristina Rabelo Barbosa, graduada em Comércio Exterior e membro do Grupo de Estudos de Comércio Exterior do Unifieo – Geceu

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Holding familiar

Você enxerga que seus filhos têm afinidade entre si, mas é fácil reconhecer diferenças entre eles. Se você é empresário, vai perceber que um de seus filhos já começa a visitá-lo com mais freqüência, e mostra interesse pela empresa. Já os outros desinteressados e podem seguir outros caminhos profissionais e totalmente fora dos objetivos de suas empresas.

O importante é que todos são seus filhos, e como tais, são seus herdeiros e terão direito a parte do seu patrimônio no momento da sucessão, quando você vier a falecer ou deixar os negócios para usufruir do que os negócios lhe proporcionaram. Mas, diante de herdeiros com perfis diferentes, como preservar o controle dos seus negócios de forma adequada, sem correr o risco de que herdeiros menos preparados para o negócio coloque em risco a continuidade dos negócios? Quanto antes for iniciado o processo sucessório melhor.

Holding familiar:

Você já pensou em abrir uma empresa para concentrar o seu patrimônio e ainda garantir o rendimento provindo destes bens? É possível fazer esta escolha, principalmente visando a preservação dos seus negócios. Trata-se da constituição de uma holding familiar.

Em primeiro lugar é importante saber que é possível criar uma holding sem abrir mão de elaborar um testamento, documento em que você irá deixar claro como deseja dispor de seus bens na sucessão. A holding familiar, por ser uma empresa, tem o objetivo de permitir que você utilize meios para estabelecer limites quanto ao controle absoluto do patrimônio.

Em outras palavras, mesmo que seus filhos sejam herdeiros necessários de suas empresas, você poderá atribuir poderes de voto aos mais responsáveis, por exemplo, fazendo com que os demais tenham acesso apenas aos proventos dos negócios sem participarem da administração efetiva do negócio.

Por: Marco César de Oliveira

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Rating de Fornecedores e Parceiros

Há muito se sabe a importância da avaliação dos fornecedores e parceiros para a efetivação de suas contratações, porém cada dia mais as organizações concluem que não basta avaliá-los, mas se faz necessário obter um rating dos fornecedores e parceiros, onde sejam ranqueados e pontuados através dos critérios e indicadores chaves da organização e sua operação.

Quando a organização avalia seu fornecedor e parceiro, estabelecendo uma lista de fornecedores e parceiros qualificados, esta garantiu um padrão mínimo de aceitação para a contratação, mas nenhuma organização pode ignorar o fato de que entre todos os qualificados, haja os que tenham desempenho em nível BOM, ÓTIMO e EXCELENTE, e isto deve permitir a diferenciação entre eles na tomada de decisão da contratação e da seleção do projeto à que este ou aquele fornecedor e parceiro estará possibilitado a participar.

Hoje no mercado, há inúmeras ferramentas e métodos que permitem que através da avaliação continua dos fornecedores e parceiros, seja estabelecido um rating entre eles, em função do desempenho individual de cada um. Cada organização deve buscar o método que mais se adéqua a sua realidade, seu porte, nobreza de sua atividade, e grau de impacto (severidade) que os fornecedores e parceiros apresentem sobre seus processos e operação,  podendo assim, obter um rating que realmente permita a melhor tomada de decisão de seus gestores.

Outro fator deve ser considerado no rating, é o nível de alinhamento do fornecedor e parceiro para com os princípios da organização, seja em relação a ética, conduta comercial, responsabilidade social e ambiental, além do respeito as normas e legislações vigentes, isto permitirá que a relação comercial seja duradoura, por meio da identidade entre as empresas, somado a segurança que a organização obterá quanto a co-responsabilidade nas questões legais, sociais e ambientais.

Grande parte das organizações, não possuem recursos humanos disponíveis para o planejamento, execução e acompanhamento do rating de seus fornecedores, devido a necessidade de continua avaliação. Nestes casos, o ideal é que a organização tenha um parceiro que planeje, execute e gerencie a avaliação e rating de seus fornecedores e parceiros, inclusive com realização de auditorias periódicas nas instalações dos mesmos.

Por: Jackson Luvizotto